Escuridão Sangrenta

Dizem que há muitos séculos uma Maga elfa insana foi traída e assassinada por um de seus aprendizes. Em sua ira, ela se recusou a partir do plano material, se tornando uma Banshee. Tamanha era sua conexão com a floresta em que tinha sua torre, que tal floresta se tornou um pântano, o Charco das Lágrimas como é atualmente conhecido. Dentre as criaturas mais perigosas que habitam o pântano, as bruxas da noite estão entre as mais perversas…

Entardece e, sobre um monte elevado de terra cercado pela lama pútrida do charco, encontra-se um simples casebre de palha e madeira. Nas árvores ao redor dele, estão presos e suspensos em redes os prisioneiros desnutridos da bruxa da noite chamada Norgruta. A maioria deles são humanos (Norgruta adora saborear os pesadelos de humanos), mas também são encontrados orcs, goblinóides, gnolls e elfos, todos capturados pelas bruxas do pântano servas de Norgruta. Eles são mantidos entorpecidos pelos poderes soníferos da bruxa da noite, assim dificultando uma possível fuga.

Do lado de fora do casebre um caldeirão borbulha cheio de um líquido esverdeado e viscoso. Uma mesa de pedra improvisada manchada de vermelho e exalando um pungente odor ferroso e agridoce foi postada ao lado dele. Sobre o caldeirão, pendurado de cabeça para baixo, com as mãos amaradas nas costas e com pequenos pesos costurados em suas pálpebras para impedir que as feche, um humano macho completamente nu está completamente dominado e aterrorizado. Repentinamente, o efeito torporoso de todos os prisioneiros é suspenso e toda a parca luz da tarde parece ser sugada do ambiente, em seu lugar, há apenas uma sólida escuridão negra como piche. Orcs e goblins desesperados pedem clemência e oferecem servitude incontesta ao mesmo tempo em que um bárbaro gnoll (com sua risada demoníaca de hiena) cospe insultos e maldições sobre a bruxa. Todos sabem que esses sinais indicam que Norgruta chegou…

Bruxas da noite enxergam perfeitamente bem na escuridão absoluta mas nem todas as criaturas têm essa habilidade, então Norgruta, com uma tocha em uma das mãos, caminha pelo seu covil e acende outras tochas em pontos estratégicos do lugar para que todos possam ver adequadamente o ritual que realizará. O homem dependurado implora por sua vida, mas o que ele ganha em troca é o castigo violento da bruxa que queima sua genitália e, sem mais delongas, começa a costurar os lábios do pobre e indefeso humano que tem seus gritos de agonia abafados. Norgruta desembainha uma adaga serpentiforme e, quando sabe que detém a atenção de todos, estripa o homem ainda vivo estocando a adaga em seu abdome. Enfiando suas garras pútridas no ventre semi-aberto do humano em convulsões de dor, ela retira diversos órgãos dele e os coloca cuidadosamente sobre a mesa de pedra para o ritual divinatório da Aruspicação. Com o olhar atento nas vísceras sangrantes, e se deliciando com o cheiro de sangue fresco, a terrível bruxa da noite derrama um pouco do líquido do caldeirão (agora misturado com o sangue da vítima) e continua o nefasto ritual. “Humm, Então mais um grupo de aventureiros vem enfrentar Norgruta, a grande serva de Baba Yaga…” Diz a bruxa com sua voz gutural e soltando uma gargalhada maléfica. Ela retira o cadáver sobre o caldeirão e o arremessa sem dificuldade para trás do casebre. Uma explosão de chamas ilumina mais a escuridão sobrenatural criada pela bruxa quando um enorme cavalo negro envolto em labaredas se aproxima do cadáver e, vorazmente, começa a devorá-lo.

Como Norgruta adora ver Darkfel, seu pesadelo favorito, se alimentando…