O Sabre e o Blaster – Parte I

CantinaO trânsito de veículos voadores congestionados em camadas, as docas-porto para naves espaciais, a miríade de transeuntes, um lugar velho, sujo e perigoso…esta é Nar Shaddaa. A maior lua de Nal Hutta, também chamada de Lua dos Ladrões, há décadas tem suas operações (quase que todas invariavelmente ilegais) controladas pelos Hutts e sua superfície dominada ora por uma cidade vertical em constante expansão ora pela infestação criminosa.

Um jovem Togruta anda tranquilamente por uma avenida e, sobre um parapeito de Durasteel, ele consegue enxergar o caos de seres humanóides e dróides, a cacofonia das buzinas e a música alta das diversas casas de aposta.

“Humm… e eles chamam isso de civilização…” suspira Rama-Vatar resignado. O jovem Cavaleiro Jedi procura por uma cantina específica. Há semanas desde Coruscant, ele vem seguindo a pista do assassinato de três nobres de Tatooine e o roubo de uma dúzia de valiosíssimas pérolas de Dragões Krayt. Tudo leva a crer que uma Twi’lek Bounty Hunter chamada Dunia Bast foi a responsável.

O local que o Jedi busca chama-se The Burning Deck e, pelo o que conseguiu descobrir, é a cantina favorita da Bounty Hunter. É noite quando finalmente Rama encontra a cantina. No letreiro luminoso do local há um baralho de cartas Pazaak em chamas mas o que impressiona o Jedi é a quantidade de alienígenas no local, que talvez rivalize com a diversidade de Coruscant. Rama escolheu usar vestes civis para sua missão em Nar Shaddaa já que sabe que a Ordem Jedi é menos bem vinda aqui que um Rancor de Dathomir enfurecido.

A banda em um palco improvisado é formada por Bothans e DevRama-Vatararonianos e toca uma música alegre e ritmada; hologramas de elegantes dançarinas Twi’lek seminuas fazem suas apresentações (Rama não deixa de notar que todas estão acorrentadas pelos tornozelos); Um Gran se aproxima do Jedi e o desafia a uma partida de Pazaak só para se ignorado.

Rama senta-se em um banco no balcão do bar e pede um drink. “Estou procurando por uma Twi’lek chamada Dunia Bast” Rama pergunta ao bartender humano e coloca no balcão uma razoável quantidade de créditos.

“O que você quer com ela? A srta. Bast me pagou o triplo do que você deixou ai para não ser incomodada.” Responde com olhar intimidador.

“Sou um antigo amigo da srta. Bast. Você acha que não há problema algum em me dizer onde ela está.” Enquanto fala, Rama faz o sutil movimento do Truque Mental Jedi.

“Eu acho que não há problema algum em lhe dizer onde ela está.” Repete o homem de mente fraca. “Ela está ali.” aponta, “Você fez muito bem em visitá-la; amigos são escassos nesses dias.” Responde muito mais amigável.

Sozinha, sentada em uma mesa próxima a uma das saída da cantina e bebendo de uma forma que daria inveja a um Gamorreano, está a mais linda Twi’lek (Mesmo para os padrões de uma Twi’lek) de pele azul que Rama já viu.

Sem cerimônias, Rama se dirige e senta-se à mesa reclusa. “Dunia Bast?” pergunta com um sorriso.

Twi'lek_NEGAS“Sim, Jedi. O que você quer comigo?” A Twi’lek Bounty Hunter deixa sua bebida na mesa e repousa sua mão ao lado; sua outra mão, embaixo da mesa. Rama-Vatar ouve o click de uma pistola blaster pronta para atirar.

“Como sabe que sou um Jedi?”

“Venho aqui quase todas as noites e eu nunca o vi antes. Quando usou seu truque Jedi em meu amigo no bar, tive a certeza.” Continua, “Vamos para fora. Nada de movimentos bruscos! Nem mesmo um Jedi pode sobreviver um tiro a esta distância.”

Rama obedece e os dois abandonam a cantina até um beco isolado.

“O que você quer de mim, Jedi?”

“Me chamo Rama-Vatar e estou investigando o roubo das pérolas de Dragão Krayt e o assassinato de três nobres de Tatooine portadores das pérolas.”

“Sim, eu realmente roubei as pérolas (Me renderam créditos para anos sem trabalho). Mas NÃO sou uma assassina.”

“Difícil de acreditar quando se tem uma arma apontada à queima-roupa em um beco afastado.”

De repente, a Força adverte o Jedi sobre o perigo iminente, mas perigo não vindo de Dunia. Ele olha rápido para o seu lado esquerdo, instintivamente saca e liga seu Sabre de Luz no momento exato em que uma saraivada de tiros de blasters tenta os atingir. Proficiente como é na variante Shien da Forma V de combate com Sabres de Luz, todos os tiros são defletidos pela barreira azul que é a arma do Jedi. Dois tiros defletidos acertam seus atacantes. Um terceiro é atingido pela pistola blaster de Dunia, uma WESTAR-34. Ela é boa pensa Rama.

Há uma pausa no ataque e Rama, disciplinadamente, assume a postura básica do Shien, segurando o cabo do Sabre de Luz com as duas mãos e ao alto, a lâmina angulada para cima e atrás do Jedi.

“Entregue a Twi’lek, Jedi! Não queremos problemas com a República nem suas marionetes!” Grita um dos atacantes.

Rama olha para Dunia calma e decidida. “Amigos seus?” Ele pergunta, brincando. Antes que ela responda…

“Somos do Black Sun! E vocês estão cercados!”

A fisionomia do Jedi fica séria e ele segura com mais firmeza seu Sabre de Luz.

Continua…